Floresta digital: como pode revolucionar a gestão florestal?
A floresta digital pode ser definida como o uso da tecnologia para aprimorar os diversos processos que contemplam a gestão florestal, tais como plantio, colheita, manejo, entre outros.
Também chamada de floresta online ou floresta 4.0, os recursos tecnológicos que podem obtidos por meio de agrotechs e os dados gerados decorrente do uso de variadas ferramentas e sistemas, se tornam bases para importantes tomadas de decisão em prol de atividades florestais mais sustentáveis e rentáveis.
Quanto a isso, vale lembrar que, nos últimos tempos, discussões associadas à Inteligência Artificial, Big Data e análise de bancos de dados têm ganhado evidência nos meios empresariais.
Aqui mesmo, no blog da Kersys, já falamos sobre floresta 4.0, silvicultura de precisão e muitos dos benefícios que a tecnologia proporciona nas deliberações embasadas a partir da análise de bancos de dados estruturados.
Quanto a isso, é importante destacarmos que as análises de dados também estão associadas e são altamente benéficas para a gestão estratégica das empresas, podendo ser realizadas mesmo sem o uso de ferramentas de IA.
Mas para chegar a esse resultado, o primeiro passo contempla entender o que é floresta digital e como os bancos de dados ambientais ajudam no desenvolvimento e implementação desse conceito.
É sobre isso que falaremos agora, neste artigo. Portanto, siga a leitura e confira!
O que é floresta digital?
Florestal digital, floresta online ou floresta 4.0, é um conceito no qual diferentes recursos tecnológicos são usados para aprimorar os processos pertinentes à gestão ambiental.
O principal objetivo com o uso de ferramentas tecnológicas nesse tipo de gerenciamento é alcançar objetivos como:
- crescimento da produtividade;
- redução do desperdício;
- identificação mais rápida de problemas;
- aumento da segurança das informações colhidas e tramitadas, entre outros.
Dica! Aproveite e leia também: “Florestas plantadas: qual a importância para o Brasil?“
O que é e o que contempla um banco de dados florestais?
De maneira geral, os bancos de dados correspondem a uma coleção de informações organizadas e armazenadas que se relacionam entre si, a fim de representarem o ambiente de negócios analisado e criar um sentido para os dados que foram gerados.
Essas informações podem ser coletadas, organizadas e armazenadas de diferentes formas, indo desde as mais simples como fichas de papel e transcrição em planilhas, até as mais complexas, que envolvem ferramentas de Analytics para análises dos dados.
Os tipos de informações que podem compor esses bancos de dados também são as mais variadas possíveis. Alguns exemplos são:
- informações sobre clientes e marketing;
- faturamento e custos;
- processos internos;
- atividades realizadas;
- imagens geradas ou recebidas, e muitos outros.
Dentro desse contexto, é possível dizer, portanto, que banco de dados florestais são informações coletadas, tratadas e armazenadas decorrente especificamente de processos e atividades florestais e ambientais.
Perspectiva do volume de dados disponível
Com o uso cada vez mais massivo e intenso da internet, os tipos de dados que podem integrar essas bases são diversos e seu volume potencial é gigantesco. Cada ação pode ser controlada, registrada e transformada em um dado e as interações que ocorrem geram novos dados constante e incessantemente.
Só para você entender a dimensão do volume de dados que existem hoje, segundo Gil Press (Forbes, 2021¹), de 2010 a 2020, a quantidade de dados criados e consumidos no mundo aumentou de 1,2 trilhão de gigabytes para 59 trilhões de gigabytes, com crescimento de quase 5.000% em 10 anos.
Espera-se que, até 2024, a quantidade de dados criados nesses próximos três anos seja maior do que a dos dados criados nos últimos 30 anos.
Muito desse crescimento está relacionado a utilização de novos equipamentos com tecnologia IoT (Internet das coisas), que discutiremos com detalhes aqui no blog em breve.
Por que utilizar dados e o conceito de floresta digital no seu negócio?
Atualmente, no mundo corporativo, os principais usos da exploração de bancos de dados estão associados às áreas de marketing, vendas, otimização de processos e negócios.
A análise estruturada e inteligente desses dados permite a identificação de padrões, o entendimento de comportamentos e resultados, a análise de eficiências de operações e investimentos e muito mais.
Com esses recursos nas mãos, as empresas geram novas estratégias de relacionamento com clientes e fornecedores, percebem falhas em seus produtos e processos, reavaliam e otimizam seus resultados.
Dada a importância estratégica do uso dos dados, eles começaram a ser tratados como um ativo, e algumas empresas têm bases de dados tão completas de diferentes áreas que passaram a comercializá-las.
Um bom exemplo são ferramentas de mídias sociais e o próprio Google, que utiliza os dados de navegação de seus usuários para direcionar campanhas comerciais.
Por isso também, vimos recentemente o aumento da preocupação coletiva com a segurança desses dados. Afinal, com tantas informações disponíveis sobre os mais diferentes usuários, empresas e processos, como garantir que o uso desses dados seja adequado e respeite a confidencialidade necessária?
No Brasil, em agosto de 2020, a LGDP, Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n° 13.709 de 14 de agosto de 2018, passou a vigorar e a estipular regras de utilização e tratamento de dados pessoais em território nacional, principalmente por empresas que manipulam dados de terceiros, sobretudo em ambientes virtuais.
A importância do uso dos dados na gestão florestal
Diante deste cenário, a importância do uso de bancos de dados fica cada vez mais evidenciada — contemplando também sua utilização no âmbito ambiental, dando origem à chamada floresta digital.
Em um cenário geral, empresas dos mais variados portes e segmentos disputam pelo acesso a bancos completos e pagam por informações de diferentes setores, que podem incluir, inclusive, dados sobre você e sua empresa.
Então, se esses dados são importantes para outras companhias, por que não seriam para a sua? Se agregam valor comercial para outros setores, por que não agregariam para o setor florestal?
A resposta para as duas perguntas se resume em: eles são importantes e estratégicos para você também!
Sua base de dados, seja ela armazenada ainda em fichas de papel e planilhas, ou em sistemas informatizados, tem tanto valor quanto seus ativos florestais atualmente. O grande desafio associado ao uso dos dados está em como relacioná-los para gerar valor e atribuir sentido a eles.
Exemplos de uso de dados e floresta digital
No setor florestal, por exemplo, a silvicultura 4.0 tem ganhado destaque, mas ainda é incipiente perto do desenvolvimento da inteligência em outras áreas. Isso também está muito associado à dificuldade dos gestores em enxergarem os ganhos proporcionados pela gestão estratégica desses dados.
Quando consideramos o cenário da silvicultura, uma base de dados estruturada, com o controle do seu cadastro florestal, das operações realizadas e suas respectivas datas, responsáveis e insumos consumidos, bem como informações sobre venda de produtos florestais e retorno financeiro após a exaustão florestal, apresenta a você o panorama da produção e do negócio.
Analisar e gerir estrategicamente esses dados corresponde a utilizar suas informações para traçar estratégias de sucesso. Isso permite que você identifique, por exemplo:
- padrões de resultados e em quais pontos estão melhores ou piores;
- gargalos de produção;
- problemas ocultos;
- necessidades de otimização de processos e produtos;
- possibilidades de acesso a novos mercados, e muito mais.
Esses dados podem ser aproveitados e explorados por todas as equipes da sua empresa. Isto é, desde o campo até a alta diretoria, passando pelas equipes de relacionamento com clientes e fornecedores, administrativo, divulgação de sua marca e novos negócios, possibilidades de internacionalização, entre outras.
Quais resultados podem ser obtidos com o uso de dados e geração da floresta digital?
Um estudo da McKinsey & Company² indicou que empresas que adotaram análises de Big Data perceberam 60% de aumento na margem operacional e redução de despesas de 8%.
Por outro lado, apenas 0,5% dos dados disponíveis no mundo são aproveitados atualmente, apesar de o potencial de exploração dessas informações ser enorme.
Pesquisadores do MIT³ publicaram um estudo em que sugerem que o valor dos dados pode ser dividido e mensurado principalmente de três formas:
- valor do estoque de dados;
- valor dos dados em uso;
- valor futuro dos dados.
Confira, agora, cada um deles em detalhes.
Valor do estoque de dados
As empresas podem monetizar seus estoques de dados de maneira direta ou indireta.
A monetização direta está associada com os casos em que os estoques de dados passam a ser comercializados para fins de publicidade, por exemplo.
Já a indireta está associada ao desenvolvimento de novos produtos, estratégias de produção, comercialização e todas as modificações no seu processo com base na análise dos bancos de dados, sem que eles sejam comercializados.
Esse cenário está bastante associado ao setor florestal, uma vez que a otimização dos resultados depende das modificações baseadas no que os indicadores/dados estão apresentando a você.
Valor dos dados em uso
Ao contrário de ativos físicos, os dados têm a capacidade de aumentar cada vez mais o seu valor conforme eles estão sendo utilizados, reunindo mais dados constantemente e aprimorando a especificidade das suas análises.
O principal fator associado a esse tipo de valor é o uso do dado certo, na hora certa. Um exemplo de outra área, nesse caso, é utilizar dados de compras de Natal de anos anteriores para criar campanhas de vendas em dezembro.
No cenário florestal, podemos mencionar a importância de identificar padrões de comportamentos e resultados em épocas de plantio e colheita anteriores, a fim de aumentar a acurácia das suas ações nessas fases tão importantes dos projetos de silvicultura, bem como a identificação de picos de demanda para dimensionamento das entregas nas fábricas.
Valor futuro dos dados
Considerando o potencial de exploração dos dados e o fato de que o dimensionamento deles muitas vezes ainda é considerado intangível, com a expectativa de desenvolvimento das ferramentas inteligentes e da tecnologia nos próximos anos, bem como sua aplicação no campo, o valor futuro desses dados tende a aumentar cada vez mais.
Se nos próximos três anos produzirmos mais dados do que nos últimos 30, e se hoje utilizamos tecnologias que não existiam há 20 anos, imagine aonde poderemos chegar na próxima década!
Aproveite e leia também: “Passado e Futuro: evolução do setor florestal“
Quais podem ser os resultados da exploração de dados?
Quando consideramos a análise dos dados, principalmente a informatizada por meio de sistemas próprios para armazenamento e gestão de informações, e a associada ao Big Data, alguns dos resultados que podem ser obtidos são:
- impactos positivos no negócio de modo geral;
- diferentes benefícios operacionais;
- uso correto e amplificado da tecnologia.
Impactos positivos no negócio de modo geral
Ganhos esperados principalmente pelas áreas corporativas, tais como:
- aumento no número de clientes a partir de estratégias de produção bem definidas;
- perpetuação do conhecimento dentro da empresa, dependendo cada vez menos da subjetividade de profissionais experientes;
- tomadas de decisão embasadas em critérios objetivos e cada vez mais assertivas;
- aumento no lucro com redução dos riscos de operação, entre outros.
Diferentes benefícios operacionais
Com a:
- redução do tempo de busca de informações para tomada de decisão;
- redução do tempo de retrabalho e digitação;
- operações realizadas na hora certa;
- redução de custos com ferramentas variadas para análise (planilhas);
- melhor comunicação e relacionamento entre equipes;
- otimização do tempo dos profissionais, que podem se dedicar mais ao core business da empresa, entre outros.
Uso correto e amplificado da tecnologia
Gerando benefícios como:
- melhoria no aproveitamento dos recursos e da equipe de TI da empresa;
- diminuição de custos operacionais;
- facilidade na coleta de informações com aplicativos e sistemas móveis;
- menor dependência de profissionais para realização das análises, apresentadas diretamente pelos sistemas;
- redução de contratação de recursos adicionais.
Em resumo, a gestão de dados e do conhecimento da empresa permite a captação do legado e de todas as informações que estão sendo produzidas diariamente.
O principal objetivo é que, com isso, você e sua empresa ganhem vantagem competitiva.
Por fim, é muito importante destacarmos que os dados ganham valor à medida que você aplica o entendimento do negócio sobre eles. Aqui, vale lembrarmos que números se transformam em conhecimento, conhecimento se transforma em ações e ações em resultados!
Se você quer saber mais sobre este assunto e quer começar a obter as vantagens da exploração do seu banco de dados, fale com a gente!
Nossas soluções florestais são alinhadas com o conceito de floresta digital, totalmente seguras, de acordo com a LGPD e permitem que você gerencie todos os seus dados em um único lugar!
REFERÊNCIAS
- PRESS, G. The State of Data, May 2021. Forbes. 2021
- MANYIKA, J.; CHUI, M. Big Data: A Próxima Fronteira Para Inovação, Concorrência e Produtividade. McKinsey Global Institute. 2011
- SHORT, J.E.; TODD, S. What’s your Data Worth?. MIT Sloan Management Review. 2017
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