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Silvicultura de Precisão: o que já tem sido feito?

Silvicultura de Precisão: o que já tem sido feito?

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É inegável que a silvicultura de precisão é uma nova forma eficaz de gerir, administrar e conduzir as áreas de reflorestamento. Ela surge da necessidade constante de melhorar a qualidade da madeira entregue à indústria e de aumentar a eficiência técnico-financeira.

Com isso, a prática traz formas de produção e de administração dos povoamentos florestais que geram evoluções de maneira cada vez mais rápida. Logo, sua adoção tem sido crescente e seus resultados muito positivos. Veja mais sobre ela.

O que é Silvicultura de Precisão?

Este processo pode ser definido como um método de gerenciamento das atividades silviculturais que considera a variabilidade espacial das áreas produtivas. A ideia é definir o conjunto de técnicas e operações de manejo que serão realizadas.

A partir da coleta e análise de dados georreferenciados, é possível realizar intervenções localizadas na floresta, com precisão e exatidão adequadas para cada situação. Logo, permite a racionalização do uso dos fatores de produção e eficiência na gestão florestal. Com isso, oferece resultados mais sustentáveis e economicamente rentáveis.

Como a silvicultura de precisão funciona?

As áreas de produção florestal, em sua maioria, são heterogêneas: dentro de uma mesma fazenda (ou talhão), existem condições diferentes de solo, topografia, clima, disponibilidade hídrica, ocorrência de doenças e plantas daninhas.

A silvicultura tradicional costuma utilizar as mesmas práticas para áreas com condições ambientais distintas. Ou seja, a adubação com dose média ou aplicações preventivas de herbicidas e inseticidas com mesma dose em todas as áreas.

O problema associado a isso é que médias são sempre medidas genéricas, e desconsideram as necessidades específicas de cada localidade. Logo, na busca da utilização econômica dos insumos, a aplicação de doses médias irá oferecer mais do que é preciso em alguns talhões e menos em outros.

Ao utilizar técnicas associadas à silvicultura de precisão, o manejo dos povoamentos florestais irá permitir a identificação das necessidades específicas de cada local e o atendimento adequado destas necessidades. Isto faz com que o máximo potencial produtivo de cada área seja igualado e atingido.

Mas como isso é feito?

O uso de técnicas de precisão ocorreu primeiro na agricultura e, desde então, tem sido adaptado e aprimorado para ser implementado nos tipos de silvicultura. Uma das utilizações mais comuns associadas à precisão é a aplicação de taxas variadas de adubação dentro dos próprios talhões.

Antes de mais nada, é necessário que você tenha uma sólida base de dados sobre suas áreas produtivas: estas informações devem ser confiáveis e atualizadas constantemente, pois devem representar com fidelidade o estado atual das variáveis do campo que influenciam nos processos de decisão.

Nesta base pode ser organizada em um sistema de gestão florestal. Logo, ela conter informações de caracterização dos seus talhões: classificação do solo, topografia, fertilidade, biomassa florestal e estado fitossanitário, por exemplo. Este conteúdo, quando analisado em conjunto, evidenciam a variabilidade espacial nos próprios talhões, trazendo uma silvicultura preventiva.

Mapas de colheita e produtividade detalhados também permitem a percepção desta variabilidade e são a forma mais completa de realizar esta análise. Isso ocorre já que correspondem diretamente à resposta da cultura aos fatores de produção e manejos que foram realizados.

Além disso, é importante que a execução das práticas recomendadas para obtenção de alta produtividade sejam realizadas antes da adoção de tecnologias mais sofisticadas, atuando sempre com os indicadores florestais. Dessa forma, o controle e a qualidade das operações é uma condição para a realização da silvicultura de precisão.

Com estas informações em mãos, o que pode ser adequado no manejo florestal?

Ao conhecer profundamente as características das áreas produtivas, todas as etapas do manejo florestal podem ser feitas com o direcionamento correto e adequação às necessidades do local. Assim, a produção pode atingir seu máximo potencial produtivo.

No plantio:

Por exemplo, em função das características de solo, clima e topografia, a seleção da espécie ou clone a ser utilizada poderá ser muito mais assertiva. Logo, quando um mesmo material genético é utilizado em lugares com características diferentes, a produtividade entre estes locais pode variar muito, pois a espécie não é adequada a todos eles.

Além disso, com o apoio destas tecnologias o plantio tem sido muito mais preciso! Com ferramentas de GPS é possível controlar onde cada muda foi plantada e garantir um espaçamento muito mais homogêneo.

Ao longo do ciclo florestal, esta homogeneidade irá proporcionar maior controle e facilidade para entrada das máquinas. Fora isso, também traz mais precisão para os cálculos de extrapolação de volume por hectare a partir de amostras no campo.

Na condução:

A adequação das taxas de aplicação de insumos (fertilizantes, herbicidas e inseticidas) fica muito mais eficiente e sustentável. Desta forma, há otimização da operação e a aplicação de insumos é proporcional à necessidade desses locais.

Com a adoção de taxas médias, por exemplo, um local que necessita de apenas 80 kg ha-1 de adubo pode receber a média de 350 kg ha-1 utilizada em todas as áreas.

O que isso significa? Que você investiu mais recursos onde não era necessário e o retorno desta adubação poderia ter sido o mesmo com uma dose muito menor de fertilizantes.

A aplicação precisa de herbicidas e inseticidas, além de reduzir custos e otimizar os resultados, ainda reduz a pressão de seleção sobre as pragas e doenças que existem naquela área.

Se você utiliza os mesmos produtos por muito tempo e em doses elevadas, principalmente em áreas em que não há necessidade, eventualmente as pragas e doenças se tornarão resistentes àquele insumo e o controle delas será cada vez mais difícil.

Com o uso preciso, em doses e locais adequados, o controle se torna mais eficiente e barato, além de ser mais sustentável ambientalmente. Então, isso costuma ser uma questão avaliada em processos de certificação florestal, por exemplo.

No monitoramento de áreas:

O monitoramento das áreas também é mais efetivo com a utilização de tecnologias de precisão. Assim, a avaliação da qualidade do plantio e condução, monitoramento de ocorrências e risco de incêndios florestais, identificação de áreas com doenças e pragas e outras avaliações têm sido feitas com o auxílio de imagens de satélite e drones.

Todas estas informações permitem ações direcionadas e efetivas para combater os problemas que surgem nas áreas produtivas.

Na colheita:

O mapeamento detalhado do corte e definição de logística de extração, mapas de produtividade e produção com informações individualizadas por árvores, informações de eficiências da operação e outras análises podem ser feitas de forma muito mais precisa a partir destas tecnologias integradas.

Mas e como obter estas informações e adequar o manejo florestal?

Como já mencionamos, o primeiro passo é possuir dados organizados, confiáveis, atualizados e georreferenciados das suas áreas produtivas. Eles devem apresentar a você a variação de características do ambiente que ocorre nas áreas que você possui.

A obtenção destas informações, cada vez mais, ocorre com a utilização de sensores, equipamento de coleta de dados embarcados em máquinas e geotecnologias.

As imagens de satélite ou obtidas por drones (V.A.N.T.s) são um recurso cada vez mais presente no dia-a-dia das empresas florestais. Sendo assim, a partir da análise destas imagens e de índices de vegetação (como o NDVI), é possível identificar áreas homogêneas e, então, associar estes dados com os demais para definir zonas de manejo.

As zonas de manejo são áreas com características uniformes dentro do talhão e que poderão receber operações e doses iguais. Cada uma delas terá uma recomendação específica, que irá maximizar o uso dos recursos e a produtividade.

Como usar tecnologias para a coleta de dados precisa?

A utilização de sensores e da tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging), que realiza medições a laser, também já é prática comum. Com estas ferramentas, a elaboração do inventário florestal e a medição da biomassa no campo ficou mais simples e mais precisa.

Estes recursos são muito importantes para identificar áreas homogêneas – com solo, clima e produtividade similares, por exemplo – , que são a base para gerar manejos específicos que atendam às necessidades de cada uma.

O mais importante é que toda esta coleta de dados seja feita de forma georreferenciada, ou seja, que você saiba exatamente a localização de cada ponto de amostragem a partir de dados coletados com GPS, para que diferentes mapas e dados sejam associados corretamente. Com isso, você tenha a análise correta da variabilidade espacial com todas as informações necessárias.

Estas análises irão apresentar a você as causas e efeitos da variabilidade espacial e de produtividade no campo. A adequação do manejo florestal irá considerar todo este banco de dados e você poderá criar prescrições e recomendações técnicas para cada local, com espécies, doses de insumos e operações específicas, e aplicá-las no campo.

E como colocar em prática no campo?

A aplicação de insumos em doses variadas, por exemplo, exige a utilização de máquinas específicas e modernas. Nisso, é essencial que possuam controle contínuo das quantidades aplicadas no campo e que permitam a variação destas quantidades em função dos mapas de zonas de manejo.

Tecnologias embarcadas que realizam o controle das operações por GPS e registram o que foi feito em cada local também fazem parte das práticas que já são comuns no campo.

No entanto, se esta realidade ainda é distante para parte dos produtores, destacamos que o primeiro e mais importante passo é conhecer a variabilidade espacial. Dessa forma, os ajustes no campo serão feitos conforme a necessidade e disponibilidade financeira.

Faça a transição para a silvicultura de precisão por etapas

  1. Invista na coleta de dados: eles são a fonte mais precisa de informações para identificar as características do ambiente que interferem na sua produção;
  2. Gerencie a sua informação: com bancos de dados estruturados e confiáveis, você poderá identificar facilmente a variabilidade do ambiente;
  3. Realize intervenções de forma localizada no campo: depois de identificar as necessidades específicas de cada local, realize as intervenções de manejo necessárias e, à medida que puder, invista em tecnologias que facilitam esta rotina específica no campo;
  4. Avalie os resultados: você perceberá que intervenções localizadas são muito mais eficientes e rentáveis!

Conhecer as suas áreas, a rotina e qualidade das suas operações é a melhor forma de garantir bons resultados em campo. Por isso, a silvicultura de precisão é o passo que você precisa para avançar.


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