Mercado florestal: passado, futuro e a evolução do setor florestal
As mudanças no mercado florestal são constantes, mas foram mais significativas nos últimos 10 anos.
Mas para falarmos sobre isso, é importante, primeiro, destacarmos que a atividade florestal no Brasil é historicamente recente, sendo intensificada a partir de 1965, quando houve a publicação do Primeiro Código Florestal Brasileiro*.
Desde então, com a expansão das áreas de plantio e a evolução das práticas de manejo, nosso país alcançou o título de maior exportador mundial de celulose (ABRACOMEX, 2018).
Nesse período de mais de 50 anos, observamos a evolução contínua da produtividade florestal, a profissionalização da atividade e o aumento da representatividade dos resultados do setor na economia do país.
Mas você já reparou que a maior parte das alterações significativas ocorreram na última década?
Confira, neste artigo, o passado e futuro do mercado florestal e o que esperar desse segmento.
Quais foram as mudanças do mercado florestal na última década?
Iniciaremos nossa narração sobre as mudanças no mercado florestal a partir dos anos 2010, que são conhecidos pela consolidação da tecnologia no dia a dia da humanidade, a qual permitiu avanços com uma intensidade muito superior ao acumulado nas décadas anteriores.
Isso porque diversas soluções tecnológicas criadas modificaram profundamente os meios de comunicação e a velocidade de análise das informações, bem como embasou mudanças nas técnicas de manejo e deu origem à chamada floresta 4.0, ou floresta digital.
Quanto a isso, a evolução e a aproximação dos centros de pesquisa e desenvolvimento, com práticas de extensão rural e empreendedorismo, e a adoção de políticas públicas que favoreceram o setor foram processos-chave para a evolução concreta da atividade florestal no país.
A tecnologia também alterou a mentalidade dos silvicultores. Com acesso maior à informação, e com resultados promissores da adoção da tecnologia no campo, fazer “porque sempre foi assim”, deixou de ser uma realidade unânime nas áreas produtivas.
Conhecer seu ambiente de produção e todos os fatores que afetam a produtividade passaram a ser um pressuposto para o sucesso da silvicultura no Brasil e para a competitividade das empresas que fazem parte do mercado florestal.
Outros pontos de mudanças na atividade florestal nos últimos anos
Além do Novo Código Florestal de 2012, que trouxe o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e apresentou aos produtores a necessidade de regularizar e conhecer efetivamente suas áreas produtivas, a última década viu o crescimento exponencial da utilização de sensoriamento remoto e imagens de VANT’s (Veículos Aéreos Não-Tripulados ou “drones”).
No mercado florestal, os VANT’s são usados para:
- identificação e caracterização das áreas e suas variações temporais;
- certificações florestais;
- evolução do planejamento e mecanização das operações;
- adoção de técnicas como o ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), entre outros objetivos.
Acima de tudo, é importante destacar que, nesse período, ocorreram mudanças no perfil do consumidor florestal que implicaram em novos paradigmas para a indústria.
Como a mudança no perfil do consumidor afetou o mercado florestal?
O acesso à informação tornou-se quase irrestrito em função dos avanços da tecnologia e da internet.
Nesse cenário, as discussões a respeito das mudanças climáticas e da manutenção da biodiversidade, aliada de forma sustentável aos métodos produtivos, foram intensificadas a nível global.
Assim, houve o aumento da demanda por produtos certificados, oriundos de fontes renováveis e com rastreabilidade — ou seja, os consumidores estão, cada vez mais, buscando conhecer a origem dos produtos que consomem.
Com clientes mais exigentes, a cadeia produtiva florestal teve que adequar seus processos e buscar soluções que conciliassem lucro e preservação ambiental.
Essa adequação às novas características do mercado florestal está em progresso e tende a ocorrer de forma ainda mais intensa na próxima década.
O que esperar do futuro florestal e todo seu mercado?
A exigência do mercado consumidor em adquirir produtos rastreáveis e com origem certificada se intensificará nos próximos anos. Com isso, as empresas que não se adequarem, não permanecerão lucrativas.
Há também a tendência mundial de substituir o consumo de combustíveis fósseis por combustíveis renováveis, e essa é uma grande oportunidade para a silvicultura no Brasil.
Com condições edafoclimáticas e faixas de produtividade muito superiores às de outros países produtores de eucalipto, por exemplo, o nosso poderá aumentar cada vez mais sua participação na comercialização mundial de produtos oriundos de áreas de reflorestamento.
A multifuncionalidade das florestas também se apresenta como alternativa economicamente viável e interessante aos produtores.
Além de prezar pela biodiversidade e atender um mercado consumidor crescente e diferenciado, a exploração de outros produtos nas áreas de reflorestamento garante certa independência ao produtor das oscilações do mercado tradicional. Nesse contexto, o Brasil tem boas perspectivas de crescimento em curto e médio prazo.
Somado a esse ponto, com a expansão de área prevista em mais 2 milhões de hectares cultivados até 2030 (PNFP, 2018), nosso país poderá ser capaz de atender cada vez mais a demanda mundial por combustíveis não-fósseis.
O que mais está por vir para o mercado florestal brasileiro?
Em meio a essa expansão, é necessário perceber que a aproximação entre os centros de pesquisa e o campo, bem como a gestão efetiva e inteligente das áreas produtivas, serão essenciais para a continuidade da evolução do setor.
A expansão das áreas de reflorestamento ocorre principalmente sobre áreas degradadas, cada vez mais suscetíveis a variações climáticas intensificadas.
A adequação do manejo, com correta alocação clonal e a manutenção de históricos de observações e dados para identificação dos gargalos produtivos, será condição básica para o desenvolvimento da atividade.
A silvicultura 4.0 já é realidade, mas, até agora, há a percepção em muitos locais de que ela é restrita aos grandes players que possuem recursos abundantes.
Na próxima década, espera-se que essa situação se modifique à medida que os médios e pequenos produtores passem a aderir massivamente às técnicas de manejo com base em mapas temáticos, testes científicos e indicadores.
Dessa forma, com conhecimento e meios de comunicação ainda mais eficazes, a silvicultura ou floresta 4.0 se tornará padrão produtivo.
Como resultado, conectividade no campo, IoT (Internet das Coisas, na tradução livre) e analytics, expressões que já fazem parte do nosso dia a dia, estarão cada vez mais moldando a realidade do campo e trazendo novos desafios aos profissionais do setor.
Como a Kersys contribuiu com o crescimento do mercado florestal?
A Kersys se orgulha por ter acompanhado e auxiliado no desenvolvimento da última década.
Quando começamos, ferramentas de gestão florestal eram exclusivas das grandes empresas do setor. Nosso objetivo, desde então, tem sido expandir a tomada de decisão consciente para todos os players do mercado, independentemente do tamanho de sua área.
Desde 2010, nossas tecnologias também evoluíram muito. Informações em nuvem, coleta de dados off-line em celulares e tablets e análises em tempo real, por exemplo, ainda eram recursos distantes no início da década. Hoje, são a base de nossas soluções e permanecem em constante evolução.
Muito mais do que orgulho da nossa história, temos a certeza do sucesso no futuro!
Nós valorizamos a importância da gestão consciente e inteligente, com base em indicadores e no conhecimento de seu negócio, desde quando esse assunto ainda era um tabu para o setor.
Neste momento de retrospectivas e perspectivas, acreditamos que o próximo nível de produtividade florestal será alcançado com a adoção de tecnologias que nos ajudem a entender o porquê de nossos resultados no campo.
Nesse sentido, estamos trabalhando para auxiliar você em novos desafios!
Como se adequar ao futuro florestal com a ajuda da Kersys?
Quer entender por que suas áreas parecidas com mesmo material genético tiveram resultados tão diferentes? Ou então, por que sua produtividade foi baixa em uma área com boa fertilidade?
Com a associação de conhecimento técnico especializado e as novas tecnologias de Inteligência Artificial e Analytics, nós ajudaremos você!
Mas antes disso, e ao longo dos próximos meses, realizaremos uma série de publicações técnicas para discutirmos, juntos, os problemas diários que enfrentamos e poderemos enfrentar no campo, tais como:
- pragas em alta;
- variações climáticas em regiões específicas;
- nutrição de florestas e fertilidade de áreas produtivas;
- e qualquer outro assunto que você tenha interesse.
Conhecer as questões técnicas que estão em voga em outras regiões ajudará você a interpretar os resultados que seus indicadores estão mostrando.
Para começarmos, gostaria de sua opinião sobre qual tema deveríamos aprofundar mais. Escolha uma das opções abaixo:
- fertilidade do solo e produtividade florestal;
- influência da variação climática nas operações florestais;
- pragas e doenças atuais e quarentenárias;
- como avaliar seus indicadores
- máquinas agroflorestais: como saber quando é hora de trocar seu maquinário
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