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Gestão de insumos florestais eficiente: como promover?

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Uma gestão de insumos florestais eficiente ajuda a elevar custos e a diminuir gastos, além de melhorar a qualidade e a quantidade das produções.

A silvicultura, por exemplo, é atividade que está em crescimento no Brasil. Em 2018, o superávit da indústria de base florestal apresentou crescimento de 26% em relação ao ano anterior (IBA, 2019).

Em junho do mesmo ano, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) aprovou o Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas (PNDF), que estipulou como meta aumentar a área do plantio atual em 20% até 2030.

Nesse cenário, há a tendência recente de expansão da atividade sustentável para áreas do cerrado, no centro-oeste brasileiro. Na última década, principalmente o estado do Mato Grosso do Sul, passou a ter maior importância nesse mercado, que tradicionalmente era concentrado no sul do país. 

O avanço da silvicultura para essa região, assim como ocorreu com a agricultura na década de 1970, só foi possível em função da implementação de pacotes tecnológicos que proporcionaram melhorias nas condições de fertilidade dos solos do cerrado.

A produtividade atual de florestas e culturas agrícolas, nessas e em outras regiões produtivas, só foi alcançada com os avanços da tecnologia na fabricação e utilização de insumos. 

A aposta atual é que o próximo patamar de produtividade seja proporcionado pelo Big Data e pela Inteligência Artificial, que geraram a floresta 4.0. Mas será que a utilização das tecnologias associadas ao controle de insumos florestais, que já conhecemos, ainda pode proporcionar ganhos significativos aos produtores?

Siga a leitura deste artigo e confira como realizar uma gestão de insumos florestais eficiente e quais resultados que podem ser obtidos.

Qual a importância da gestão de insumo eficiente?

A gestão dos insumos é importante porque afeta a qualidade e quantidade das operações e da produção.

O território brasileiro têm 58% de sua área com predomínio de latossolos e argissolos, tipos de solo que são muito explorados pela agricultura, mas que, na maioria das vezes, são altamente intemperizados, ácidos, com baixa fertilidade natural e alta saturação por alumínio (SANTOS, 2018). 

Além disso, as áreas destinadas aos plantios florestais comumente são marginais à agricultura e, por isso, possuem piores condições de fertilidade e estrutura de solo.

A atividade da silvicultura, portanto, é dependente da construção de um ambiente edáfico favorável à produção florestal

Todavia, isso só é possível a partir da adoção de técnicas de manejo e construção da fertilidade do solo, que vão desde calagem, gessagem e adubação, até a adoção de sistemas mais conservacionistas, que prezam pela manutenção da estrutura do solo.

Outro aspecto importante em uma gestão de insumos florestais é o controle da pressão de pragas e doenças no sistema produtivo, que é alta em climas tropicais

Com temperatura e umidade elevadas e sem interrupção dos ciclos reprodutivos de pragas e patógenos, o uso adequado de herbicidas e inseticidas também proporciona ganhos reais ao produtor.

Depender da utilização de insumos exige uma série de precauções do produtor, pois os resultados obtidos com a produção, tanto financeiros quanto de qualidade e quantidade de madeira, estão diretamente associados à escolha e aplicação desses produtos.

Quais precauções o produtor deve tomar para gerir bem os seus insumos florestais?

O resultado do agronegócio é muito dependente de fatores não controlados pelo administrador, que estão associados a preços de produtos, clima, políticas públicas, entre outros.

Apesar de incontroláveis, esses fatores devem ser intimamente conhecidos pelos gestores, para que possam tomar decisões acertadas diante de situações imprevisíveis e, com isso, evitar falhas na gestão de insumos.

Ao contrário de outros setores da economia, as relações entre insumo e produto final na agricultura são incertas. Variações climáticas e biológicas podem resultar em uma produção que está muito longe da expectativa e, com isso, alterar custos. 

No entanto, se essa variação for previsível e os produtores conhecerem seu comportamento, poderão se ajustar ao ambiente econômico ao planejar sua produção com base nesses ciclos.

A aquisição, aplicação e gestão de insumos florestais eficientes é um dos aspectos que deve ser definido considerando a variação conhecida de seus preços nos mercados nacional e internacional e sua vulnerabilidade às condições climáticas.

Por isso, esses produtos têm períodos determinados para aplicação no campo e uma falha no controle de insumos pode comprometer toda a produção.

Como definir a melhor estratégia de gestão de insumos florestais?

Para realizar uma gestão de insumos eficiente, algumas percepções essenciais de se ter são:

  • a rentabilidade do produtor está associada ao mercado regional e ao nível tecnológico que ele tem;
  • a sazonalidade da atividade agrícola influencia diretamente nos preços dos insumos;
  • entender que fatores externos influenciam os preços dos insumos;
  • é preciso considerar a qualidade e o armazenamento dos produtos utilizados;
  • deve-se fazer um bom controle de estoques e logística de aplicação;
  • é fundamental investir na gestão de insumos

A rentabilidade do produtor está associada ao mercado regional e ao nível tecnológico que ele possui.

Em maio de 2019, a CNA* (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) apontou que os custos de produção com eucalipto aumentaram 35% em relação ao mesmo período de 2018, na região de Eunápolis/BA, principalmente em função do aumento do preço dos insumos. 

Essa região está inserida no mercado destinado à celulose, com manejo mais tecnificado e maior utilização de insumos. 

No período, o aumento da receita não foi proporcional à elevação dos custos, e a atividade apresentou redução de 20% na margem do lucro líquido na região.

Já para a região de Campo Grande/MS, cujo mercado está direcionado para a produção de carvão, os custos aumentaram 15% — em função do menor consumo de insumos —, mas também houve aumento do preço do carvão, com 25% de crescimento da receita e consequente elevação da margem do lucro líquido do produtor.

Assim, em 2019, os produtores de carvão ficaram menos vulneráveis à variação dos custos de insumos florestais, e obtiveram resultados mais lucrativos do que os produtores de celulose. 

Conhecer esse cenário aumenta a vantagem estratégica do administrador e seu poder de direcionar as ações da empresa.

A sazonalidade da atividade agrícola influencia diretamente nos preços dos insumos.

A variação dos preços de diferentes tipos de insumos acompanha o ano-safra. De forma geral, a maior demanda ocorre logo antes do início da safra, fazendo com que os preços se elevem e a oferta diminua, visto que muitos produtores acabam adquirindo os insumos apenas na iminência de sua utilização no campo.

De forma geral, as oscilações do mercado de fertilizantes e insumos estão muito atreladas à sazonalidade de culturas de grande representatividade no Brasil — como a soja, que sozinha representou 47% das vendas do setor em 2018 (ABISOLO, 2019). 

As áreas de reflorestamento foram responsáveis por apenas 1% das vendas do setor e, por isso, os custos da silvicultura ficam expostos às flutuações dos mercados de outras culturas.


Segundo o PECEGE (2018)**,

  • (a) fertilizantes sofrem muita oscilação de preços principalmente nos meses do meio do ano. Os preços mais baixos são observados em junho, dezembro e fevereiro;
  • (b) os corretivos, como o calcário, tiveram preços mais baixos entre abril e agosto e sofrem aumento entre outubro e fevereiro, época em que há maior precipitação e que esse insumo é mais utilizado no campo;
  • (c) os herbicidas são insumos relativamente baratos e que não sofrem muitas oscilações, mas que apresentam tendência de preços mais elevados de junho a novembro e preços mais baixos de dezembro a março;
  • (d) os inseticidas, por sua vez, são os insumos com preços mais elevados e que sofrem maiores oscilações ao longo do ano. Observamos preços mais baixos entre março e agosto e mais altos entre setembro e fevereiro.

Conhecer e acompanhar esses ciclos de variação dos preços dos principais insumos permite ao produtor agir com antecedência e evitar o período de pico da demanda. Assim, conseguirá obter melhores preços e otimizar seu custo-benefício.

Entender que fatores externos influenciam os preços dos insumos

Os preços dos insumos florestais são influenciados diretamente pelo preço do petróleo no mercado internacional, uma vez que ele é usado como fonte de energia para a produção destes produtos. 

Os fertilizantes nitrogenados são os que demandam maior energia para produção e, por isso, são os que mais estão vulneráveis à oscilação do petróleo.

Além disso, recentemente observamos um cenário de desvalorização do real frente ao dólar. Quando isso ocorre, a dependência do preço do petróleo fica mais acentuada, pois há aumento dos preços no mercado interno em maior proporção do que ocorre no mercado externo.

É preciso considerar a qualidade e o armazenamento dos produtos utilizados

Produtos de qualidade inferior, que costumam ser mais baratos, podem afetar o desempenho das máquinas agrícolas ao longo do tempo, deixando resíduos, aumentando a frequência de manutenções e reduzindo a eficiência de cada aplicação no campo. 

Por isso, é interessante sempre avaliar o custo-benefício daquela compra, a fim de promover uma gestão de insumos.

A qualidade do produto está associada também aos cuidados que o produtor tem com a armazenagem desses itens. Por exemplo, condições de elevada umidade e temperatura nos armazéns podem comprometer a conformação física do produto e sua composição. 

O estoque e empilhamento realizados diretamente sobre o chão, sem paletes ou outras formas de proteção, em ambientes sem ventilação aumenta a vulnerabilidade dos insumos a essas condições.

É muito importante verificar também a compatibilidade entre os insumos que serão armazenados juntos. 

Como exemplo, ureia e nitrato de amônio são dois fertilizantes incompatíveis entre si, visto que ambos são muito higroscópicos (absorvem água do ambiente com grande facilidade) e, com o aumento da umidade, há sinergia entre elas e ocorre o empedramento de ambas as fontes. 

É importante observar ainda a toxicidade de defensivos agrícolas e compatibilidade entre eles. Não respeitar essas questões levará à perda dos insumos e do capital investido ali.

Deve-se fazer um bom controle de estoques e logística de aplicação

A aplicação dos insumos geralmente ocorre em épocas determinadas e, por isso, a demanda é conhecida previamente pelos produtores. 

É importante que ocorra um planejamento prévio de aquisição dos insumos, de forma a evitar atrasos em operações no campo por falta de um produto necessário, compras desnecessárias ou, ainda, utilização de produtos vencidos.

O controle do estoque é um fator muito importante para auxiliar nesta prevenção, e conhecer o capital investido no armazém permite a adoção de estratégias de otimização. 

Controlar a quantidade que entra, que sai e que permanece em estoque contribui para que você conheça o valor médio de seus insumos, identifique gargalos da produção e decida sobre a realocação de investimentos.

Outra questão a ser observada é a logística de distribuição, armazenamento e aplicação desses insumos. Ou seja, quanto maior a distância entre o armazém e o campo, maior a proporção dos custos com transporte no custo final. 

É interessante adotar ainda pontos intermediários de abastecimento, que armazenem parte do estoque total e que permitam a redução da distância entre o local de armazenagem e de aplicação.

É fundamental investir na gestão de insumos florestais

Além dos benefícios técnicos trazidos pela utilização dos insumos na produção agroflorestal, a gestão e utilização correta desses produtos, embasadas no conhecimento do mercado e do seu negócio, poderá trazer economia real aos produtores e aumentar sua margem de lucro.

Quer ter acesso a ferramentas de planejamento, controle e gestão de insumos? Então conheça agora mesmo o módulo de Controle de Estoque de Insumos do e-Kersys, que oferece funcionalidades como:

  • controle total de entradas e saídas de produtos;
  • controle em função de armazéns gerais e estoques locais;
  • controle do preço médio do seu insumo;
  • conheça a previsão de consumo e esgotamento do cada insumo;
  • avalie os indicadores em função dos tipos de insumos e para cada produto.

Para saber mais detalhes, entre em contato conosco agora mesmo e solicite uma demonstração!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

* Leia mais em https://canalrural.uol.com.br/programas/informacao/mercado-e-cia/custos-de-producao-do-eucalipto-subiram-35-em-um-ano-diz-cna/

** Veja mais em https://www.youtube.com/watch?v=uRP4RuK9H0g&feature=youtu.be
ABISOLO. 5º Anuário Brasileiro em Tecnologia em Nutrição Vegetal – 2019. LEVRERO, C.R. (Presidente Conselho Deliberativo). São Paulo. 2019. Disponível em https://abisolo.com.br/anuario/IBÁ. Relatório Ibá 2019. FEFFER, D. (Presidente do Conselho Consultivo). Brasília. DF. 2019. Disponível em https://iba.org/datafiles/publicacoes/relatorios/iba-relatorioanual2019.pdfSANTOS, H. G. dos; JACOMINE, P. K. T.; ANJOS, L. H. C. dos; OLIVEIRA, V. A. de; LUMBRERAS, J. F.; COELHO, M. R.; ALMEIDA, J. A. de; ARAUJO FILHO, J. C. de; OLIVEIRA, J. B. de; CUNHA, T. J. F. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5.ed. Brasilía, DF: Embrapa, 2018.


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