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Subprodutos florestais: o que são e como podem ser utilizados?

Subprodutos florestais: o que são e como podem ser utilizados?

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Subprodutos florestais são aqueles que passam por algum tipo de beneficiamento. Por exemplo, se transformaram em carvão vegetal, óleos essenciais, móveis e demais itens utilizáveis e aplicáveis aos mais variados setores econômicos.

Quanto a isso, é fundamental que fique claro que a produção florestal é caracterizada como uma atividade agrícola e agroindustrial de cultivo, colheita e transformação de matéria-prima lenhosa de origem vegetal em bens de consumo ou produtos de valor agregado.

Por conta disso, seus produtos são classificados em dois grandes grupos, que são:

  • produtos madeireiros: obtidos a partir do processamento direto da madeira, como a celulose; ou passível de aproveitamento nas indústrias, a exemplo das moveleira e de construção civil;
  • produtos não madeireiros: obtidos a partir do processamento de matérias-primas extraídas das árvores, tais como resinas e látex.

Pensando nesses cenários, qual a importância dos subprodutos florestais? Qual a utilização econômica desses itens e como eles podem ser explorados de maneira sustentável?

Siga a leitura deste artigo e confira as respostas para essas e outras perguntas relacionadas ao tema. 

Quais são os possíveis usos dos subprodutos florestais?

Os possíveis usos dos subprodutos florestais são bastante diversos e abrangem diferentes aplicações e segmentos.

Tomando como base o cenário de exploração de árvores plantadas — áreas de reflorestamento —, seus subprodutos abastecem diferentes indústrias e, com investimentos em pesquisa e inovação, é possível diversificar o uso da madeira de forma sustentável e com retornos econômicos interessantes em uma mesma área de plantio.

Quando consideramos a implantação de uma área reflorestada, é imprescindível que ela seja antecedida por um planejamento que defina a espécie que será cultivada em função da demanda regional por produtos, o que ajuda a garantir a rentabilidade da produção.

Isso é possível porque a mesma matéria-prima pode passar por diferentes tipos de processamento primário e dar origem a mais de um subproduto florestal final.

Exemplo de uso dos subprodutos florestais

Para exemplificar, imagine o aproveitamento da madeira em tora e seus resíduos, tais aparas, cascas e outros.

Nesse contexto, se esse material for submetido ao processo de pirólise, dará origem ao carvão vegetal e poderá ser utilizado na siderurgia. 

Caso seja submetido ao processo de picagem, originará o cavaco, que ainda poderá passar por outros processamentos secundários e alimentar diferentes indústrias, tais como:

  • siderurgia, com bioquímicos;
  • gráfica de embalagens, higiene, cosméticos, têxtil, celulose e celulose solúvel (viscose);
  • energia e agronegócio, com geração de calor;
  • moveleira, com painéis reconstituídos.

Somado a disso, por meio de processos de laminação e desdobramento, a mesma matéria-prima pode alimentar outras áreas das indústrias de movelaria e a construção civil.

Como explorar mais de um desses subprodutos florestais?

O primeiro ponto de atenção que você precisa ter em mente é que a exploração dos subprodutos florestais deve ser consciente e planejada

Dependendo da espécie florestal cultivada — como a de eucalipto —, é possível realizar desbastes nas áreas produtivas em períodos anteriores à colheita rasa e destinar esse material colhido à produção de cavaco, por exemplo.

Povoamentos florestais colhidos com menor idade, usualmente são destinados a produtos com menor valor agregado, mas que garantem receita em médio prazo. 

Além disso, práticas como a desrama também fornecem galhos e matéria-prima para a comercialização destes tipos de subprodutos.

Destaca-se que, em um momento de preocupação mundial com sustentabilidade e redução do uso de combustíveis fósseis, a utilização da biomassa florestal como fonte de energia segue tendência de crescimento, podendo alimentar cada vez mais caldeiras, secadores e outros equipamentos utilizados na agroindústria de grãos, cana-de-açúcar e demais culturas.

Resíduos do campo e da indústria da madeira também podem ser utilizados para o fornecimento de energia.

Com o aproveitamento escalonado e consciente ao longo do período de produção florestal, é possível gerar renda em médio e longo prazo, com fornecimento de produtos florestais de maior ou menor valor agregado.

Qual a relação da precificação de carbono com os subprodutos florestais?

Diante do cenário mundial de busca por fontes renováveis de energia e mitigação de emissão de gases do efeito estufa (GEE), uma grande oportunidade desponta para a silvicultura brasileira, que é a utilização econômica de créditos de carbono.

Medidas governamentais têm sido tomadas por diversos países a fim de viabilizar a solidificação do mercado de carbono que, em suma, obriga empresas e indústrias que têm altas taxas de emissões de GEE  a pagarem pelo proporcional emitido.

Esse processo abre a possibilidade de empresas que investem em biocombustíveis ou contam com áreas plantadas que consomem CO2 da atmosfera — gás carbônico, o principal GEE — comercializarem seus estoques de carbono.

Nesse sentido, apenas em 2018 no Brasil, o estoque de CO2 eq do segmento florestal somou 4,2 bilhões de toneladas (IBÁ,2019). 

Com a regulamentação do mercado de carbono — que ainda é um desafio para o setor e deverá ganhar destaque nos próximos 5 anos — esse estoque poderá ser revertido em renda aos produtores.

No ambiente da produção sucroalcooleira, por exemplo, o RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis – Lei 13.576/2017) está sendo implementado com o objetivo de fortalecer a produção de álcool e permitir a comercialização de CBios (créditos de carbono) em bolsas de valores. 

Iniciativas semelhantes estão sendo estudadas para o segmento florestal e poderão revolucionar o mercado nos próximos anos.

A exploração de produtos não madeireiros também é uma alternativa para os produtores!

Muitas vezes, produtos não madeireiros são explorados de forma industrial a partir do plantio de determinadas espécies, como as seringueiras (látex) e pinus taeda (taninos). 

No entanto, óleos, resinas, mudas, mel, extratos vegetais e muitos outros produtos podem ser extraídos de áreas florestais.

A exploração desses outros produtos florestais costuma ocorrer principalmente em regiões nativas, pois, em geral, apresentam grande variedade, baixo rendimento por unidade de área e requerem labor intensivo, ou seja, muita mão-de-obra.

Todavia, atividades desse tipo podem ser uma alternativa ao produtor quando consideramos suas implicações além da economia. Por exemplo, quando auxiliam na manutenção da floresta e têm forte impacto na comunidade local em que é realizada, o que muitas vezes valoriza a atuação de grandes empresas.

Além disso, produtos não madeireiros podem ser explorados em áreas de Reserva Legal e auxiliar na recomposição dessas áreas, tornando-as ambientalmente corretas e aproveitáveis economicamente.

Para viabilizar todas as possibilidades de exploração dos subprodutos florestais, é imprescindível que haja um planejamento de médio e longo prazo considerando fatores produtivos, industriais e econômicos, e que esse plano seja acompanhado até o final do ciclo produtivo.

Com essas ações, o produtor poderá identificar os gargalos de sua produção florestal e o retorno de cada uma das etapas de exploração/produtos definidos por ele.

Gostou de saber o que é um subproduto florestal e de que maneira ele pode ser explorado? Então aproveite que está aqui, confira os outros artigos do blog da Kersys e fique por dentro de sugestões, orientações e novidades tão interessantes quanto esta!


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